São Bento José Labre

São Bento José LabreHá outros apelidos populares para ele: O cigano de Cristo, por exemplo. Os apelidos que recebeu demonstram claramente o que foram os trinta e cinco anos de vida de Bento José Labre, treze deles caminhando e pregando pelas famosas e seculares estradas de Roma.

Todos os caminhos levam a Roma, diz o ditado antigo. No século XVII, em qualquer um deles era possível cruzar com o peregrino Bento José e nele encontrar o caminho que levava a Deus.

Nasceu em Amettes, próximo a Arras, em 1748, o mais velho de 15 filhos de agricultores pobres. Freqüentou a modesta escola local, mas aprendeu latim com um tio materno.

Ainda muito jovem, quis tornar-se monge trapista, mas não conseguiu o consentimento dos pais. Com dezoito anos, pediu ingresso no convento trapista de Santa Algegonda, entretanto os monges não aprovaram sua entrada.

Percorreu a pé, então, centenas de quilômetros até a Normandia, debaixo de um inverno extremamente rigoroso, onde pediu admissão no Convento Cisterciense de Montagne. Também foi recusado ali, tentando ainda entrada na Cartuxa de Neuville e Sept-Fons, com o mesmo resultado.

Foi então, com vinte e dois anos, que tomou a decisão mais séria da sua vida: seu mosteiro, já que não encontrava guarida em nenhum outro, seriam as estradas de Roma.

No embornal de peregrino carregava apenas o Novo Testamento e um breviário, além de um terço nas mãos. Durante a noite dormia nas ruínas do Coliseu e, de dia, percorria as estradas peregrinando aos lugares sagrados e evangelizando sem pedir esmolas.

Quando recebia a caridade alheia, mesmo sem pedir, ainda dividia o que ganhara com os pobres. Isso lhe valeu, certa vez, algumas pancadas de um certo cidadão que encarou como um insulto.

Na maior parte dos dias, comia um pedaço de pão e ervas colhidas no caminho. Mas os maus tratos do cotidiano, a absoluta falta de higiene em que vivia e as penitências que se auto-inflingia causaram seu fim.

Um dia, ainda muito jovem, seu corpo foi encontrado nos fundos da casa de um amigo arquiteto, perto da igreja de Santa Maria dos Montes. Houve uma grande afluência do público que admirava e até venerava o peregrino.

Ele acabou sepultado ali mesmo, local que passou imediatamente a ser palco de muitos milagres.

São Bento José Labre foi canonizado em 1881, pelo Papa Leão XIII.


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