1ª Parte:

775 ANOS DE FUNDAÇÃO DA CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS FRANCISCANAS DE DILLINGEN EM 2016

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(Igreja da Casa Mãe em Dillingen)

O ano de 2015 será dedicado à Vida Religiosa Consagrada como anunciou o próprio Papa Francisco, após um encontro com 120 Superiores Gerais das Ordens e Institutos Religiosos masculinos, que estiveram reunidos em Roma. (29/11/2013).

Diante deste evento tão importante para a Vida Religiosa Consagrada nós, Irmãs Franciscanas de Dillingen, presentes na Baixada Fluminense mais de 70 anos, pensamos em fazer conhecida a nossa história que em 2016 fará 775 anos a serviço do povo de Deus e da Igreja.

1241 – IDADE MÉDIA: O INICIO

Nossa História é longa. Aqui está um resumo desta história, que faz parte da História e da qual hoje, ainda estamos ajudando a construir.

É importante dizer que uma Congregação surge a partir de uma necessidade da época, e sob o sopro do Espírito. Não foi diferente com a nossa congregação.

Estudos confirmam que, por causa das guerras e Cruzadas, havia um excedente de mulheres. Como esposas eram submissas, e seus maridos tinham direito de dispor sobre seus bens como lhes convinha. Eram seus tutores e a esposa, igualada a uma criada.

O senso moral da Idade Média permitia ao marido bater na mulher por motivos diversos, como, por exemplo, se desse à luz uma criança deficiente.

Esta sociedade, fortemente marcada por situações opressoras, suspirava por luz, suspirava por esperança. Aí está o sopro do Espírito.

Surge um movimento feminino de caráter religioso. Não somente como uma reação contra a opressão masculina, mas, também, e sobretudo, para uma renovação religiosa da Cristandade.

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AS BEGUINAS:

Este movimento surgiu no sudoeste da França, como uma forma de vida religiosa, particular, especificamente feminina, com caráter religioso e social. Eram as Beguinas cujo significado é: piedosas. Estes grupos de mulheres fortes, corajosas e idealistas se espalharam rapidamente, também na Alemanha. Eram grupos pequenos que se dedicavam principalmente à oração e ao cuidado dos doentes. Viviam de salários provenientes da confecção de trabalhos manuais e do cuidado doméstico prestado aos doentes.

Um destes grupos se fixou em Dillingen, pequena cidade ao longo do Rio Danúbio, na Suábia/Alemanha.

Foi desse grupo que, certamente, nasceu a nossa Congregação. Temos conhecimento de que eram cinco mulheres.

Por motivo de perseguição aos grupos das Beguinas em partes diversas da Alemanha, o Bispo de Augsburgo aconselhou as Beguinas de Dillingen a se filiarem a uma Ordem já existente. Nesta época, os Franciscanos estavam crescendo em número e se espalhando pela Europa. Fazia pouco tempo que São Francisco de Assis havia fundado a Primeira Ordem: dos Frades Menores; a Segunda Ordem: das Clarissas e a Terceira Ordem para casais e leigos, pois muita gente queria seguir este ideal de São Francisco. Nós adotamos a Regra da Ordem Terceira, que era para leigos, mas como consagradas.

E assim nos tornamos irmãs Franciscanas da Ordem Regular de São Francisco e, depois, Irmãs Franciscanas de Dillingen.

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Porta do Convento da “CASA MÃE”

INCÊNDIO DESTRUIDOR:

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(Irmãs chorando o grande incêndio. Pintura na Igreja da Casa mãe em Dillingen).

Em 1438, infelizmente, em razão de um incêndio, que não era raro acontecer naquela época e não havia meios de socorro imediato e eficiente, a casa de madeira das irmãs foi rapidamente consumida pelo fogo. O prejuízo foi grande, principalmente no que se refere a documentos do início. Perdeu-se a data da fundação e os nomes das cinco primeiras jovens fundadoras.

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Um documento adquirido na Prefeitura de Dillingen prova, no entanto, que o Conde Hartmann IV, da Suábia, deixou-se influenciar pelo espírito religioso da época. Ele favoreceu a fundação de Mosteiros e Instituições Caritativas para mulheres, entre elas as nossas cinco Beguinas. Foi ele e o filho, o Bispo Hartmann V que doaram àquelas mulheres de Dillingen uma casa com horta e prado no início de sua vida e por isso, foram considerados os fundadores, oficializando a data da fundação para 1241. (Este retrato foi encontrado na Prefeitura de Dillingen. Nele está o  Conde Hartmann IV e o filho que seria mais tarde o Bispo Hartmann V).

Entre alegrias, prosperidades, partilha de dons, serviços prestados, também ocorreram perseguições, desvalorização do trabalho das irmãs, perdas, dores...

IRMÃS FRANCISCANAS DE DILLINGEN E A GUERRA DOS TRINTA ANOS:

Entre os anos de 1618 a 1648, houve uma série de guerras que as nações europeias travaram entre si, especialmente na Alemanha por motivos religiosos, territoriais e comerciais. Este período foi chamado de Guerra dos Trinta Anos.

Conta-se que neste período da Guerra dos Trinta Anos, com a invasão dos suecos e as crueldades praticadas pelos soldados, muitas irmãs fugiram de Dillingen. Somente cinco haviam ficado no Convento. Além da fome, as guerras trouxeram doenças como a peste e das cinco, quatro contraíram a peste, ficando somente uma irmã viva, aquela que estava isolada por causa da lepra. A Congregação poderia ter acabado aí. Mas, quando a guerra acabou, algumas irmãs que estavam vivas voltaram do exílio para Dillingen. Recomeçaram a vida como Franciscanas de Dillingen.

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(Parte do muro de 800 anos atrás)

Se querem saber o resto de nossa história, veja o número seguinte do Jornal Pilar. E se quiserem nos conhecer melhor, venham falar conosco no Colégio Santo Antônio – Duque de Caxias/RJ. Rua Tenente José Dias, 349. Telefone (21) 2671-1438
(Irmã Sueli Rubens Sendra)


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